"a educação ambiental assume cada vez mais a função política e transformadora, na qual a participação e a co-responsabilização dos indivíduos tornam-se alvos centrais para fomentar um novo tipo de racionalidade e um novo modelo de desenvolvimento" ANGÉLICA GÓIS MORALES

Professora Karyne Ap. Mioduski Rodrigues - karynepg@gmail.com





domingo, 10 de abril de 2011

Leitura política

Democracias de mentirinha
Levantamento estima que 41 países fazem eleições, mas são ditaduras
por Fábio Marton


Oficialmente, só duas nações do mundo admitem que não são democráticas. Uma delas é a Arábia Saudita, que é uma monarquia absolutista, e a outra é Mianmar, governada por uma ditadura assumida. Todos os demais países dizem que seus cidadãos são livres para se expressar, e isso inclui a China, a Síria, o Irã, o Paquistão... e o Zimbábue. O caso deste país africano é exemplar. Em março, Robert Mugabe, que controla o governo desde 1980, perdeu o primeiro turno das eleições locais para Morgan Tsvangirai. Mas, por meio de intimidação, Mugabe fez com que Tsvangirai desistisse de disputar o segundo turno. Em junho, Mugabe foi reeleito com 85,5% dos votos.

Por causa de exemplos como esse, não é recomendável levar em conta a opinião dos países a respeito de si mesmos. Mas existem entidades que fazem levantamentos independentes sobre o assunto. Uma das mais respeitadas é a ONG Freedom House, fundada em 1941 por Eleanor Roosevelt (1884-1962), esposa do presidente americano Franklin Roosevelt (1882-1945). No mais recente relatório do grupo, deste ano, 43 países são considerados “não-livres” (sendo que 41 deles fazem eleições, e Mianmar promete as suas para 2010), 60 são “parcialmente livres” e 90, “livres”. O Brasil era parcialmente livre desde a anistia política de 1979, e só se tornou livre em 2002, quando as eleições presidenciais provaram que temos alternância de poder.

De toda forma, não deixa de surpreender que as ditaduras se digam democráticas. Esse é um sinal de que os regimes abertos estão na moda, e isso é novidade. Aristóteles (384-322 a.C.) a definia como uma forma degenerada de república. No século 20, os fascistas diziam que ela era um jeito de as pessoas medíocres oprimirem o “grande homem”. E os marxistas tratavam o regime democrático como armação burguesa. Agora, como diz Marco Antônio Villa, historiador da Universidade Federal de São Carlos, “ao menos como idéia, a democracia é vitoriosa”.



Cale-se!
Os endereços da mordaça
O mapa-múndi da liberdade e a situação de alguns países onde ela não existe

Cuba

Com a transmissão do comando de Fidel para seu irmão Raúl Castro, o único país considerado não-livre da América Latina avançou em direção à democracia. Mas o país ainda não permite a realização de greves, o funcionamento de sindicatos autônomos e as mudanças de endereço dos cidadãos.

Irã

O país tem um intrincado sistema político que mistura lei islâmica e eleições multipartidárias, em que o cargo maior não é o de presidente, mas de “líder supremo”, que não é escolhido pelo voto popular, e sim por um grupo de clérigos eleitos. Na prática, o sistema torna quase impossível a vida política da oposição.

Autoridade Nacional Palestina

A entidade, que é o embrião de um futuro Estado palestino, realizou eleições em 2004. O presidente escolhido foi Mahmoud Abbas, do grupo Fatah. Em 2006, o Hamas ficou com 74 dos 132 cargos legislativos, o que deu início a uma pequena guerra civil.

Rússia

Desde 1999, quando Vladimir Putin assumiu o poder, o país anda para trás em matéria de liberdade. Em 2008, a Rússia recebeu sua pior classificação desde 1989, quando ainda estava no regime soviético. Em maio, Putin elegeu seu sucessor e se transformou em primeiro-ministro.

China

A chamada “democracia com características chinesas” é um regime de partido único que não permite imprensa livre, censura a internet, proíbe manifestações e prende adversários. De quebra, a onda de bonança econômica significou uma grande chance de corrupção para a burocracia local.

(revista Aventuras na História em 10/04/2011)

http://historia.abril.com.br/politica/conteudo_600976.shtml

Astronomia

Grandes momentos do sistema solar

Da Terra no centro ao rebaixamento de Plutão
por Felipe Van Deursen


Alguns corpos do sistema solar são conhecidos desde a Antiguidade, já que são visíveis a olho nu. Mas apenas há 500 anos o homem começou a entender o que realmente se passa no céu – inclusive a perceber que a Terra não era o centro do Universo. Veja aqui dez momentos da relação do homem com o sistema solar.

Séc. 2 a.C. - Geocentrismo

Ptolomeu, astrônomo de Alexandria, lança a teoria de que a Terra é o centro do Universo e os corpos celestes giram em torno dela. Além do Sol e da Lua, já eram conhecidos Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno – todos vistos a olho nu. Por conta da cor, Marte recebeu dos romanos o nome do deus da guerra. Na Ásia, era a “Estrela de Fogo”. No Egito, “O Vermelho”.

Séc. 16 - Heliocentrismo

O polonês Nicolau Copérnico virou o mundo do avesso ao elaborar, a partir de 1514, uma teoria que corrigia as idéias de Ptolomeu (e também do filósofo Aristóteles). A Terra não é o centro do Universo: é apenas um planeta que gira em torno do Sol. Nascia a teoria heliocêntrica.

Séc. 17 - Inquisição

Em 1610, Galileu Galilei descobriu quatro satélites de Júpiter, entre eles Ganimedes (a maior lua do sistema solar). Ele tornou-se um defensor da teoria de Copérnico e acabou julgado pela Inquisição. Para não ser condenado, declarou que a teoria era apenas uma hipótese e deu um tempo nos estudos – só retomados sete anos mais tarde.

1781 - Novo planeta

No século anterior, Christian Huygens e Giovanni Domenico Cassini aumentaram de oito para 17 o número de corpos conhecidos. No século 18, William Herschel, astrônomo britânico, descobriu um novo planeta e batizou-o de Georgium Sidus, em homenagem a seu rei, Jorge III. Em 1850, ele ganhou o nome que tem hoje: Urano.

1846 - Briga por netuno

Galileu já tinha observado Netuno, mas pensou que era uma estrela. Entre 1821 e 1846, cientistas franceses e ingleses disputam a descoberta do planeta. Hoje tanto o francês Urbain le Verrier quanto o inglês John Adams levam o mérito. Ao longo do século 19, mais oito satélites e centenas de asteróides foram descobertos.

1930 - Nasce Plutão

Em fevereiro de 1930, um jovem astrônomo chamado Clyde Tombaugh conseguiu fotografar Plutão no observatório de Percival Lowell, nos Estados Unidos – astrônomo que tentou a vida toda localizar o planeta. Mais 12 corpos principais, além de milhares de cometas e asteróides, foram descobertos até o lançamento das sondas Voyager, na década de 1970.

1969 - Guerra até a Lua

Na corrida espacial entre americanos e soviéticos, estes saem na frente em 1957 com o lançamento do Sputnik, primeiro satélite artificial, e com o cosmonauta Yuri Gagarin, primeiro homem no espaço, em 1961. Oito anos depois, os americanos enviaram Neil Armstrong à Lua.

1977 - As viajantes

Júpiter, Saturno, Urano e Netuno estavam em um raro alinhamento na década de 1970. A Nasa, agência espacial americana, aproveitou a oportunidade única e lançou a Voyager I, em 1977, e a II, em 1978. As missões, desde então, descobriram, entre outras coisas, que Júpiter também tem anéis e que o dia e o ano em Urano duram a mesma coisa (84 anos terrestres).

1998 - Vida lá fora?

A Nasa anuncia a possibilidade de haver um oceano salgado congelado debaixo da superfície de Europa, um dos satélites de Júpiter – o que pode indicar haver formas de vida. Em 2005, a sonda Mars Express, da Agência Espacial Européia (ESA), descobriu o primeiro lago gelado no planeta vermelho – isso reacendeu a discussão sobre vida.

2006 - Rebaixamento

Em 2003, um corpo maior que Plutão, Xena, foi descoberto no Cinturão de Kuiper (área a partir de Netuno) e suscitou uma discussão que só acabou em agosto. Foi quando se decidiu que Plutão é um planeta-anão – um corpo pequeno com órbita congestionada.

(retirado da revista Aventura na História em 09/04/2011)