"a educação ambiental assume cada vez mais a função política e transformadora, na qual a participação e a co-responsabilização dos indivíduos tornam-se alvos centrais para fomentar um novo tipo de racionalidade e um novo modelo de desenvolvimento" ANGÉLICA GÓIS MORALES

Professora Karyne Ap. Mioduski Rodrigues - karynepg@gmail.com





domingo, 18 de setembro de 2011

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Biomas e Ecossistemas segundo a Geografia

"Para dar conta dessa relação entre ecossistemas e paisagens humanas que surgiu o conceito de bioma, também chamado de domínio pelos geógrafos. E serve para classificar essas grandes paisagens e designar unidades geográficas contínuas, historicamente reconhecidas e ocupadas por populações humanas, ainda que sejam compostas por mosaicos de diversos ecossistemas" MARCELO LEITE
"o IBGE define bioma como um conjunto de vida (vegetal e animal) consituído pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, resultando em uma diversidade biológica própria."
 

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Divisão do Pará vai criar um estado violento e outro pobre

Marabá, virtual capital de Carajás, é a quarta cidade na taxa de assassinatos; Tapajós seria o segundo estado mais pobre - só perdendo para Roraima
A divisão do Pará em três será objeto de inédito plebiscito organizado pela Justiça Eleitoral. Mas a quem interessa? No balanço entre vencedores e perdedores, todos ficam com menos e quem paga a conta é o governo federal - ou seja, o contribuinte. Se forem criados, Carajás e Tapajós vão custar aos cofres públicos pelo menos 9 bilhões de reais só para manter a administração dos estados.
Marabá, a virtual capital de Carajás, está no topo da lista dos homicídios. Pelos dados mais recentes do Ministério da Justiça, é, proporcionalmente, a quarta cidade mais violenta do país. Foram 250 assassinatos em 2008 - 125 mortes para cada 100.000 habitantes. Tapajós, ainda que mais tranquilo, seria o segundo estado mais pobre do Brasil, com um Produto Interno Bruto (PIB) de 6,4 bilhões de reais - atrás apenas de Roraima.
Os separatistas dizem que os brasileiros que vivem ao sul não compreendem a realidade da região e que ali estão duas terras prometidas. Para comprovar a tese, usam como argumento a criação de Tocantins. Esquecem que se trata do quarto estado mais pobre do país.

ENCARGOS
Marcado para dezembro, este será o primeiro plebiscito para definir uma separação estadual. As regras podem ainda não estar claras, mas é certo que novos cargos e encargos vão surgir. E junto, toda uma revigorada classe política, que inclui mais seis vagas para o Senado, dezesseis para a Câmara e 48 para as assembleias estaduais.
Não está decidido se a consulta, prevista para dezembro, irá abranger todo o estado ou só as áreas em questão. As regras serão definidas até julho. No passado, a criação de estados era decisão estrita do poder central e sujeita aos ventos políticos. Foi assim em 1989, quando Tocantins foi desmembrado de Goiás. Então presidente, José Sarney aproveitou a promulgação da Constituição de 1988, que transformava os territórios federais em estados, para encaixar o mais novo estado da federação. Já o desmembramento do Mato Grosso do Sul do Mato Grosso, em 1979, foi um ato da ditadura militar.
Os favoráveis à tripartição, como o deputado Queiroz, querem que a escolha seja local. Não é o que pensa a professora de direito constitucional e eleitoral da Universidade de São Paulo (USP), Mônica Herrman Taggiano. "É bobagem segmentar a discussão. O estado inteiro deve participar, porém, por tradição, estas decisões são casuísticas e políticas", disse.
CONFLITOS AGRÁRIOS
Os dois novos estados se sustentariam com a exportação de minérios e grãos e, claro, de gordos repasses federais. Se há riqueza no subsolo e possibilidades de exploração econômica da floresta, sobram conflitos agrários e desmatamentos ilegais. Com uma economia que o coloca em 16º no ranking do Produto Interno Bruto (PIB) dos estados, é no Pará que o convívio entre desiguais é resolvido na bala. No último mês, cinco ambientalistas foram assassinados em emboscadas.
Em Carajás, a campanha pela separação já está nas ruas. Um dos líderes do movimento, o deputado e pecuarista Giovanni Queiroz (PDT), desconversa sobre ser candidato antecipado a primeiro governador. Porém, a todo instante cita José Wilson Siqueira Campos, atual governador e articulador da criação do estado de Tocantins: "Quem sabe um dia eu seja como ele".
A presença das jazidas da Vale é uma poderosa justificativa para o desejo de autonomia carajaense. Os recursos dos impostos não seriam diluídos com outras áreas mais populosas próximas de Belém, onde vive mais da metade da população do estado. Porém, trata-se de um modelo concentrador por natureza, já que a mineração exige capital intensivo. Ou seja, lucra muito, mas exige pesados investimentos.
O PIB per capita de 12.500 reais de Carajás não se reflete na população. Em Marabá, 42% dos moradores vivem abaixo da linha de pobreza e o estado teria uma economia equiparável com Alagoas e Sergipe, respectivamente em 20º e 21º lugar no Brasil.
Em ambas as regiões, mesmo com a criação de novos empregos, a falta de mão- de- obra especializada obrigaria o deslocamento de 300 000 pessoas, para atuar no nascente funcionalismo público, estima o professor da Universidade Federal do Pará (UF-PA), Roberto Corrêa.
Carajás seria pobre, mas não deficitário. Já Tapajós, estado que muito bem poderia se chamar Belo Monte, em homenagem à hidrelétrica, a dependência do dinheiro federal seria uma questão de sobrevivência. O custeio da máquina pública ali sugaria mais da metade da economia.
Isolada geograficamente, a principal cidade é Santarém, a 800 quilômetros de Belém. Ali, a aposta econômica é na exportação de grãos pelo porto de grande calado da Cargil, que escoa a produção do Centro-Oeste. Aberta pelo militares, a pavimentação da estrada só deve terminar em 2013. "Sempre fomos isolados. Agora temos meios de viver por nós", diz o deputado Lira Maia (DEM), que lidera o movimento pela independência.
Quem está em uma situação delicada é o governador Simão Jatene (PSDB). Ele optou pelo papel de mediador pensando no futuro. Se o plebiscito englobar o Pará inteiro e a tripartição sair derrotada, Jatene perderia capital político nas regiões separatistas caso se declare contra.
Se a separação vencer, teria mais dois estados para disputar eleições e passaria para seu sucessor um Pará menor, mais fácil de administrar e abastecido pelo retorno de impostos de exportações. Não há garantia de nada. Uma redução no valor das commodities de exportação, em especial ferro e bauxita, jogaria tudo por terra. Ainda restariam as motosserras.

































http://planetasustentavel.abril.com.br/album/divisao-do-para-637681.shtml?foto=1

Pré - Sal


http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/pre-sal/






A camada do pré-sal já foi manchete, polêmica e até bandeira da próxima campanha presidencial. Apesar dos bilhões de barris de petróleo alardeados pelo governo, que estão supostamente encobertos por espessas camadas de sal abaixo do leito do mar brasileiro, muito do que se falou até hoje são meras conjecturas. O que realmente significa o pré-sal para o país? Como essa riqueza será explorada? Quais são as garantias de que a extração de petróleo nessas áreas é um bom investimento? Essas e outras respostas irão ajudar você a entender a questão.




1. O que é o pré-sal e onde ele está situado?
É uma porção do subsolo que se encontra sob uma camada de sal situada alguns quilômetros abaixo do leito do mar. Acredita-se que a camada do pré-sal, formada há 150 milhões de anos, possui grandes reservatórios de óleo leve (de melhor qualidade e que produz petróleo mais fino). De acordo com os resultados obtidos através de perfurações de poços, as rochas do pré-sal se estendem por 800 quilômetros do litoral brasileiro, desde Santa Catarina até o Espírito Santo, e chegam a atingir até 200 quilômetros de largura.


2. Qual é o potencial de exploração de pré-sal no Brasil?

Estima-se que a camada do pré-sal contenha o equivalente a cerca de 1,6 trilhão de metros cúbicos de gás e óleo. O número supera em mais de cinco vezes as reservas atuais do país. Só no campo de Tupi (porção fluminense da Bacia de Santos), haveria cerca de 10 bilhões de barris de petróleo, o suficiente para elevar as reservas de petróleo e gás da Petrobras em até 60%.

3. Quanto representa esse potencial em nível mundial?
 Caso a expectativa seja confirmada, o Brasil ficaria entre os seis países que possuem as maiores reservas de petróleo do mundo, atrás somente de Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait e Emirados Árabes.


4. Como o Brasil vai explorar essa riqueza?
A grande polêmica está justamente na tecnologia que será necessária para a extração. O Brasil ainda não dispõe de recursos necessários para retirar o óleo de camadas tão profundas e terá que alugar ou comprar de outros países. O campo de Tupi, por exemplo, se encontra a 300 quilômetros do litoral, a uma profundidade de 7.000 metros e sob 2.000 metros de sal. É de lá e dos blocos contíguos que o governo espera que vá jorrar 10 bilhões de barris de petróleo.


5. Quanto deverá custar o projeto?
Devido à falta de informações sobre os campos, ainda é muito cedo para se ter uma estimativa concreta de custos. No entanto, alguns estudos já dão uma ideia do tamanho do desafio. Uma pesquisa elaborada pelo banco USB Pactual, por exemplo, diz que seriam necessários 600 bilhões de dólares (45% do produto interno bruto brasileiro) para extrair os 50 bilhões de barris estimados para os blocos de exploração de Tupi, Júpiter e Pão de Açúcar (apenas 13% da área do pré-sal). A Petrobras já é mais modesta em suas previsões. Para a companhia, o custo até se aproxima dos 600 bilhões de dólares, mas engloba as seis áreas já licitadas em que é a operadora: Tupi e Iara, Bem-Te-Vi, Carioca e Guará, Parati, Júpiter e Carambá.

6. Há alguma garantia que justifique o investimento?

Testes realizados pela Petrobras em maio e junho deste ano mostraram que ainda não estão totalmente superados os desafios tecnológicos para explorar a nova riqueza. A produção no bloco de Tupi ficou abaixo dos 15.000 barris de petróleo que a Petrobras esperava extrair por dia durante o teste de longa duração.

7. Quais são os riscos desse investimento?
Fora o risco de não haver os alardeados bilhões de barris de petróleo no pré-sal, a Petrobras ainda poderá enfrentar outros problemas. Existe a chance de a rocha-reservatório, que armazena o petróleo e os gás em seus poros, não se prestar à produção em larga escala a longo prazo com a tecnologia existente hoje. Como a rocha geradora de petróleo em Tupi possui uma formação heterogênea, talvez também sejam necessárias tecnologias distintas em cada parte do campo. Além disso, há o receio de que a alta concentração de dióxido de carbono presente no petróleo do local possa danificar as instalações.

8. Onde será usado o dinheiro obtido com a exploração?
 Os recursos obtidos pela União com a renda do petróleo serão destinados ao Novo Fundo Social (NFS), que realizará investimentos no Brasil e no exterior com o objetivo de evitar a chamada "doença holandesa", quando o excessivo ingresso de moeda estrangeira gera forte apreciação cambial, enfraquecendo o setor industrial. De acordo com o governo federal, a implantação deste fundo será articulada com uma política industrial voltada as áreas de petróleo e gás natural, criando uma cadeia de fornecedores de bens e serviços nas indústrias de petróleo, refino e petroquímico. Parte das receitas oriundas dos investimentos do fundo irá retornar à União, que aplicará os recursos em programas de combate à pobreza, em inovação científica e tecnológica e em educação.


9. O que acontecerá com os contratos de concessão do local já licitados e assinados?
 Embora tenha inicialmente se falado na desapropriação de blocos já licitados na camada do pré-sal, o governo já anunciou que serão garantidos os resultados dos leilões anteriores e honrados os contratos firmados. Porém, não haverá mais concessão de novos blocos à iniciativa privada ou à Petrobrás na área do pré-sal. Ao invés disso, será adotado o regime de partilha de produção, com a criação de uma empresa estatal, mas não operacional, para gerir os contratos de exploração.



Tecnologia brasileira terá impulso com exploração do Pré-sal










As recentes descobertas de petróleo e gás na camada Pré-sal colocam o Brasil em destaque no mercado petrolífero mundial. Além de garantir um acréscimo de 60% nas reservas nacionais, a produção nos campos de Tupi e Iara vai movimentar diversos setores da economia dará um impulso na tecnologia industrial brasileira.
Para começar a extração é preciso vencer uma série de dificuldades tecnológicas e logísticas. A camada Pré-sal está a mais de 6 mil metros de profundidade e a 300 quilômetros da costa sudeste. Além da alta pressão no fundo do mar que os equipamentos estarão expostos, é preciso perfurar 2 mil metros de crosta salina que protege o combustível.
Para a Petrobras, especialista em perfuração em águas profundas, a maior dificuldade é garantir a estabilidade das rochas da espessa camada de sal. Segundo o gerente do Programa de Capacitação em Águas Profundas (Procap) sobre desenvolvimento tecnológico, Orlando Ribeiro, estão sendo desenvolvidas técnicas e equipamentos para tornar a operação mais segura e viável financeiramente. “Perfurar uma camada como essa gera altas temperaturas que aliada a alta pressão faz com que o sal se comporte como um plástico que pode fluir e não permitir a continuidade da perfuração dos poços”, explicou.
Investir em estudos para o desenvolvimento de técnicas e tecnologia aplicada é a solução para solucionar esses entraves. A primeira perfuração no Pré-Sal levou uma ano para ser concluída ao custo de US$ 240 milhões. Os poços mais recentes que a Petrobras perfurou demoraram 60 dias e custaram, em média, US$ 66 milhões. O secretário de Desenvolvimento Tecnológico do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Ronaldo Mota, acredita que o potencial brasileiro de exploração e a legislação que permite a participação empresas estrangeiras são garantias de que todos os setores da economia serão beneficiados.
“Diversas multinacionais já anunciaram que vão montar centro de pesquisa e desenvolvimento no país. Os benefícios decorrentes da instalação dessas unidades são muito positivos”, afirmou Mota. “Temos a possibilidade de transferência de tecnologias, a oportunidade para jovens engenheiros e pesquisadores, o aumento do registro de patentes e cooperação na mudança de cultura no que diz respeito à promoção de inovação desenvolvida no Brasil”, enumerou o secretário.
De acordo com Ronaldo Mota, o processo de inovação que surge implica, além de novas tecnologias, máquinas e equipamentos, em mudanças incrementais, novas funcionalidades, bem como melhorias na gestão, novos modelos de negócios, associados à conquista ou criação de novos mercados.
Segundo a gerência do Pré-sal da Área de Exploração e Produção da Petrobras, com as tecnologias a estatal será capaz de reduzir os custos em até 45% quando comparado com as primeiras perspectivas. Para isso, foi montado um laboratório dedicado ao desenvolvimento tecnológico para a extração e produção de petróleo e gás.
O Centro de Pesquisas (Cenpes) é formado por um grupo de técnicos agrupados no Programa Tecnológico para o Pré-sal – Prosal. O trabalho deles é desvendar as formações geológicas e buscar soluções para uma operação até agora sem referências na indústria do petróleo.
De acordo com a estatal, o Cenpes mantém um modelo de parcerias com universidades e instituições nacionais de ciência e tecnologia, em Redes Temáticas e Núcleos Regionais de Competência, investindo anualmente cerca de R$ 400 milhões.

Mercado bilionário
Os investimentos brasileiros no setor de petróleo e gás da camada Pré-sal entre 2011 e 2014, segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), devem atingir a marca de R$ 378 bilhões, sendo a Petrobras a responsável por 80% desse valor. A demanda por máquinas, equipamentos e metalurgia irá aumentar.
O economista da Área de Pesquisas Econômicas (APE) do BNDES, André Sant’Anna, classificou o Brasil como a fronteira de expansão do petróleo no mundo. “Estimamos uma demanda adicional de R$ 265 bilhões. Se incluirmos os demais setores produtivos, o comércio e a prestação de serviços o total é de R$ 407 bilhões em quatro anos”, afirmou o economista.
Dados da Petrobras mostram que o setor de materiais e equipamentos será um dos mais exigidos. Para explorar os campos do Pré-sal será preciso comprar 42 mil toneladas de tubos revestidos, 4 mil quilômetros de dutos flexíveis e 940 mil toneladas de aço estrutural.
O valor do mercado
Os testes preliminares, realizados pela Petrobras em quatro áreas do Pré-sal (três na Bacia de Santos e uma na Bacia de Campos) permitiram estimar volumes potencialmente recuperáveis entre 10,6 bilhões e 16,3 bilhões de barris de petróleo e gás. Essa capacidade, se confirmada, pode dobrar as reservas brasileiras que atualmente são de 15 bilhões de barris. Para o volume recuperável se transformar em reservas, será necessário terminar o processo de avaliação das descobertas e aprovar, na Agência Nacional de Petróleo (ANP), os planos de desenvolvimento da produção.
Quanto à estimativa de produção, conforme o Plano de Negócios 2010 – 2014 da Petrobras, a previsão de produção em 2014 será em torno de 241 mil barris por dia de petróleo e em 2017 será superior a 1 milhão de barris por dia. A produção total da Petrobras, de petróleo e gás em barris para 2020, incluindo os campos do pós e do pré-sal e a produção do exterior, é de 5,4 milhões de barris por dia. Hoje a produção total da empresa é de 2,6 milhões de barris por dia.
Essas estimativas não incluem outras descobertas da Petrobras no Pré-sal de várias áreas da Bacia de Santos, conhecidas como Carioca, Júpiter, Parati, Bem-te-vi e Caramba. A Companhia ainda não tem estimativas de volumes recuperáveis dessas áreas.


http://www.synergiaeditora.com.br/noticias/1279-tecnologia-brasileira-tera-impulso-com-exploracao-do-pre-sal







Energias e o Processo Industrial Mundial













A INDUSTRIALIZAÇÃO DO ESPAÇO MUNDIAL




As origens do processo de industrialização remontam ao século XVlll, quando na sua segunda metade, emergem na Inglaterra, grande potência daquele período, uma série de transformações de ordem econômica, política, social e técnica, que convencionou-se chamar de Revolução Industrial.

Hoje esse processo já é conhecido como 1ª Revolução Industrial, pois nos séculos XlX, e no XX, novas transformações geraram a emergência das 2ª e 3ª Revoluções Industriais.

As transformações de ordem espacial a partir da indústria foram enormes, podemos citar como exemplo as próprias mudanças ocorridas na Inglaterra do século XlX, onde a indústria associada a modernização do campo, gerou a expulsam de milhares de camponeses em direção das cidades, o que gerou a constituição de cidades industriais que nesse mesmo século ficaram conhecidas como cidades negras, em decorrência da poluição atmosférica gerada pelas indústrias. Além disso, ocorreu uma grande mudança nas relações sociais, as classes sociais do capitalismo ficaram mais claras, de um lado os donos dos meios de produção ( burguesia), que objetivavam em primeiro lugar lucros cada vez maiores, através da exploração da mão de obra dos trabalhadores que ganhavam salários miseráveis, e trabalhavam em condições precárias, esses por sua vez constituindo o chamado proletariado, (classe que vende sua força de trabalho em troca de um salário), que só vieram conseguir melhorias a partir do século XX, e isso fruto de muitas lutas, através de greves que forçaram os patrões e Estados a concederem benefícios a essa camada da sociedade.

O avanço da indústria, especialmente a partir do século XlX, deu-se em direção de outros países europeus como a França, a Bélgica, a Holanda, a Alemanha, a Itália, e de países fora da Europa, como os EUA na América e o Japão na Ásia, a grosso modo esses países viriam a ser no século vindouro, as potências que iriam dominar o mundo, em especial os EUA, que hoje sem sombra de dúvidas são a maior potência não apenas econômica, industrial, mas também militar do planeta.

A partir do século XX, especialmente após a 2ª Guerra Mundial, países do chamado terceiro mundo, também passaram por processos de industrialização, como é o caso do Brasil. Nesses países foi muito marcante a presença do Estado nacional no processo de industrialização, e das empresas multinacionais (empresas estrangeiras), que impulsionaram esse processo, e fizeram que alguns países da periferia do mundo hoje sejam potências industriais. Só que diferentemente do que ocorreu nos países do mundo desenvolvido, a industrialização não resultou necessariamente na melhoria de vida das populações, ou no desenvolvimento do país, pois esse processo nos países subdesenvolvidos se deu de forma dependente de capitais internacionais, o que gerou um aprofundamento da dependência externa, como o que é expresso através das dívidas externas, além do que, as indústrias que para cá vieram por já serem relativamente modernas não geraram o número de empregos necessários para absorver a mão de obra cada vez mais numerosa que vinha do campo para as cidades, isso fez com que ocorresse um processo de metropolização acelerado, que não foi acompanhado de implantação de infra- estrutura e da geração de empregos, o que gerou um dos maiores problemas dos países subdesenvolvidos hoje o inchaço das grandes cidades, com os problemas decorrentes do mesmo.



A INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA

Pensar na origem da indústria no Brasil, tem que se incluir necessariamente, a economia cafeeira desenvolvida no pais durante o século XlX e boa parte do XX, pois ela foi quem deu as bases para o surgimento da indústria no país, que começou a ocorrer ainda na Segunda metade do século XlX. Dentre as contribuições da economia cafeeira para a industrialização, podemos mencionar:

a) Acumulação de capital necessário para o processo;

b) Criação de infra-estrutura;

c) Formação de mercado de consumo;

d) Mão de obra utilizada, especialmente os migrantes europeus não portugueses, como os italianos.

No início do século XX, a industrialização brasileira ainda era incipiente, era mais vantajoso investir no café, por exemplo, do que na indústria. Com a crise de 1929, o rumo da economia brasileira muda. Com a subida ao poder de Vargas, emerge o pensamento urbano industrial, na chamada era Vargas, o processo de industrialização é impulsionado, com base nas políticas de caráter keynesiano. O intervencionismo estatal na economia é cada vez maior, criam-se empresas estatais como CVRD, Petrobrás, Eletrobrás, etc., com o objetivo de industrializar o país.

No governo de JK, se dá a abertura ao capital internacional, representado pelas empresas multinacionais e pelos enormes empréstimos para o estabelecimento de infra estrutura e de grandes obras como a construção da capital federal no centro do país, no planalto central, Brasília.

Durante a ditadura militar, o Plano de metas de JK é continuado, grandes projetos são estabelecidos, a economia do país chega a tornar-se a oitava do mundo. Durante o chamado milagre brasileiro(1968-1973), a economia brasileira passa a ser uma das que mais cresce, essa festa toda só é parada em decorrência da Crise do petróleo, que se dá a partir de 1973.

A grande contradição desse crescimento se deve ao fato que, por um lado ele foi gerado pelo grande endividamento externo, e por outro através de grande repressão ( vide o AI 5), e arrocho salarial , sobre a classe trabalhadora brasileira, confirmando a tendência de Modernização conservadora da economia nacional.

A partir da década de 90, e da emergência das idéias neoliberais, o processo de industrialização do país toma novo rumo, com a privatização de grande parte das estatais e da abertura cada vez maior da economia do país ao capital internacional, além da retirada de direitos trabalhistas históricos.

Mudanças espaciais também são verificadas na distribuição atual das indústrias no país, pois desde o início da industrialização, a tendência foi de concentração espacial no Centro-sul, especialmente em São Paulo, isso fez com que esse estado se torna-se o grande centro da economia nacional e em decorrência disso recebesse os maiores fluxos migratórios, mas o que se verifica atualmente é que a tendência mundial atual de desconcentração industrial também tem se abalado sobre o Brasil, pois localidades do interior de São Paulo, do Sul do país e até mesmo estados nordestinos começam a receber plantas industriais que em outros tempos se dirigiriam sem sombra de dúvidas para a capital paulista. Esse processo se deve em especial a globalização da economia que tem acirrado a competição entre as empresas, que com isso buscam a redução dos custos de produção buscando produzir onde é mais barato. Esse processo todo tende a redesenhar não apenas o espaço industrial brasileiro, mas de várias áreas do mundo. O mais interessante no caso brasileiro, é que ele não tem enfraquecido o papel de São Paulo como cidade comandante da economia nacional, mas pelo contrário fortalece, pois o que se desconcentra é a produção e não a decisão.



CLASSIFICAÇÃO DAS INDÚSTRIAS

As indústrias podem ser classificadas com bases em vários critérios, em geral o mais utilizado é o que leva em consideração o tipo e destino do bem produzido:

a) Indústrias de base: são aquelas que produzem bens que dão a base para o funcionamento de outras indústrias, ou seja, as chamadas matérias primas industrias ou insumos industriais, como o aço.

b) Indústrias de bens de capital ou intermediárias: são aquelas que produzem equipamentos necessários para o funcionamento de outras indústrias, como as de máquinas.

c) Indústrias de bens de consumo: são aquelas que produzem bens para o consumidor final, a população comum, elas subdividem-se em:

c.1) Bens duráveis: as que produzem bens para consumo a longo prazo, como automóveis.

c.2) Bens não duráveis: as que produzem bens para consumo em geral imediato, como as de alimentos.

Se levarmos em consideração outros critérios como por exemplo:

1-Maneira de produzir:

a) Indústrias extrativas;

b) Indústrias de processamento ou beneficiamento;

c) Indústria de construção;

d) Indústria de transformação ou manufatureira.

2-Quantidade de matéria prima e energia utilizadas:

a) Indústrias leves;

b) Indústrias pesadas.

3-Tecnologia empregada:

a) Indústrias tradicionais;

b) Indústrias dinâmicas.



OS FATORES LOCACIONAIS

Fatores locacionais devem ser entendidos como as vantagens que um determinado local pode oferecer para a instalação de uma indústria.

Podem ser eles:

- Matéria prima abundante e barata;

- Mão de obra abundante e barata;

- Energia abundante e barata;

- Mercados consumidores;

- Infra estrutura;

- Vias de transporte e comunicações;

- Incentivos fiscais;

- Legislações fiscais, tributárias e ambientais amenas.

Durante a 1ª Revolução industrial as indústrias inglesas se concentraram nas proximidades das bacias carboníferas, o que fez com que ali surgissem importantes cidades industriais, que ganharam o apelido de cidades negras, isso se deu em decorrência do pequeno desenvolvimento em especial dos meios de transporte. Na 2ª Revolução Industrial do final do século XlX, com o desenvolvimento de novos meios de transporte ( ferrovia) e a utilização de novas fontes de energia ( eletricidade, petróleo, etc.) houve uma maior liberdade na implantação de indústrias que fez com que surgissem novas áreas industriais.

No século XX as metrópoles urbano industriais passaram a concentrar as maiores e mais importantes indústrias, o que as tornou o centro da economia de vários países do planeta, como é o caso da região metropolitana de São Paulo no Brasil, ou do Manufacturing Belt nos EUA. Atualmente a tendência é a da desconcentração industrial, onde as indústrias buscam novos locais onde os custos de produção sejam menores, como ocorre com o chamado Sun Belt nos EUA, ou na relocalização produtiva que estamos verificando no Brasil, isso gera uma mudança significativa dos fluxos migratórios, cidades como São Paulo ou Rio de Janeiro, deixam de ser as maiores captadoras de pessoas, cedendo esse posto para cidades do interior de São Paulo dentre outras localidades.



A TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Na década de 1970, a crise do petróleo fez com que emergisse para o mundo algo que já vinha sendo gerado no decorrer do século XX, a 3ª Revolução Industrial, também chamada de Revolução tecnocientífica informacional.

Esta por sua vez correspondia aos avanços tecnológicos em especial da informação e dos transportes, representado por invenções como por exemplo Internet, e os aviões supersônicos. Os avanços nesses setores tornaram o mundo menor, encurtaram as distâncias e em alguns casos aniquilaram o espaço em relação ao tempo, como o que vemos com a telefonia, dentre tantos outros exemplos.

Tudo isso gerou e tem gerado transformações colossais no espaço geográfico mundial, as indústrias buscam a inovação, investem em novas tecnologias, em especial naquelas que poupem mão de obra como a robótica, o desemprego estrutural se expande. Antigas regiões industriais entram em decadência com o processo de desconcentração industrial, surgem novas regiões industriais. Surge a fábrica global, que se constitui na estratégia utilizada pelas grandes empresas internacionais de produzir se utilizando das vantagens comparativas que oferecem os variados países do mundo. A terceirização, também torna-se algo comum, como o que ocorre com empresas de calçados como a NIKE, que não tem um único operário em linhas de produção, pois não produz apenas compra de empresas menores.

Fruto também da revolução tecnocientífica informacional, surgem os chamados Técnopolos, locais, que podem ser cidades ou até mesmo bairros onde se instalam empresas de alta tecnologia como uma Microsoft, em geral associadas a instituições de pesquisa como universidades. É o caso do Vale do Silício nos EUA, Tsukuba no Japão, e cidades como Campinas e São Carlos no Brasil.



AS MULTINACIONAIS OU TRANSNACIONAIS

A partir do final do século XlX, começam a surgir os primeiros trustes (modalidade de concentração e centralização do capital), os quais dão origem a empresas multinacionais, que correspondem aquelas que se expandem para além das fronteiras onde surgiram, algumas tornando-se verdadeiras empresas globais, como é o caso da Coca-cola.

A grande arrancada das multinacionais em direção dos países subdesenvolvidos se deu a partir do pós 2ª Guerra mundial, quando várias empresas dos EUA, Europa e Japão, passaram a se aproveitar das vantagens locacionais oferecidas por esses países.

Hoje a presença de multinacionais já faz parte do cotidiano de milhões de pessoas no mundo todo, elas comandam os fluxos internacionais, e em alguns casos chegam a administrar receitas muito superiores a de vários países do mundo.

As maiores multinacionais do mundo são dos EUA, seguidas de japonesas e européias. Empresas desse tipo surgidas em países do mundo subdesenvolvido ainda são poucas, e não tão poderosas como dos primeiros.

No Brasil, a chegada delas se deu, principalmente a partir do governo de JK, que abriu a economia nacional ao capital internacional proporcionando grande internacionalização da economia, por outro lado também beneficiou multinacionais como por exemplo na opção pela via rodoviarista de transportes para o Brasil, que naquele momento atraiu várias multinacionais produtoras de automóveis, mas que condenou os brasileiros a pagarem os custos mais elevados desse tipo de transporte.

Hoje a presença delas no Brasil é muito intensa e numerosa, elas sendo responsáveis por grande parte da drenagem de capitais que saem do país através das remessas de lucros.



MODELOS PRODUTIVOS

( Da Segunda revolução industrial à revolução Técnico-científica).

TAYLORISMO

- Separação do trabalho por tarefas e níveis hierárquicos.

- Racionalização da produção.

- Controle do tempo.

- Estabelecimento de níveis mínimos de produtividade.

FORDISMO

- Produção e consumo em massa.

- Extrema especialização do trabalho.

- Rígida padronização da produção.

- Linha de montagem.

PÓS-FORDISMO

- Estratégias de produção e consumo em escala planetária.

- Valorização da pesquisa científica.

- Desenvolvimento de novas tecnologias.

- Flexibilização dos contratos de trabalho.